A história da computação nasceu com uma mulher. Ada Lovelace, nascida em 1815, criou o que se considera o primeiro código-fonte do mundo. Mas hoje, infelizmente, elas são minoria. Para se ter uma idéia, a turma de Ciência da Computação da UFBA em 2011 tem apenas 9 mulheres. 13% da turma. Proporção bem menor do que na década de 80 nos Estados Unidos, quando a participação delas chegou a ser estimada em 37%, auge da presença feminina na profissão em todo o mundo.
E elas fazem muita falta. Segundo o pós-graduando em sistemas para internet Luciano Lima, a presença feminina nas turmas trás uma maior gama de possibilidades, pois homens e mulheres tem perspectivas diferentes que acabam se somando. “As mulheres que conhecí na faculdade não ficavam devendo nada nas turmas, muito pelo contrário. Tive uma colega da graduação, por exemplo, que sempre demonstrou grande capacidade e é exemplo de bom profissional”, diz Lima.
Mas assim como em diversos setores antes dominados pelos homens, as mulheres estão assumindo posições de liderança também nas empresas de informática. Em Setembro de 2011 a HP, 11ª maior empresa do mundo segundo a revista Fortune, deu a vaga de diretor executivo e a complicada missão de reeguer a empresa a Meg Withman.
Outro exemplo é Sheryl Sandberg. Segunda em comando no Facebook, é a idealizadora do formato de anúncios do site e hoje lida com toda a parte financeira da empresa mais badalada do momento. Foi eleita a quinta mulher mais poderosa do mundo em 2011 pela revista Forbes, ficando apenas duas posições abaixo da presidenta Dilma Rousseff.
Para a cientista da computação americana Jan Cuny, um dos maiores entraves para a presença feminina na área é o “fator nerd”. “Quando uma jovem no ensino médio pensa em computação ela imagina geeks, cubículos isolados e uma vida atrás de telas escrevendo código. Isso desanima ambos os sexos, mas parece fazer mais efeito nelas”, diz Cuny baseada em uma pesquisa do National Center for Women and Information Technology (Centro Nacional para a Mulher e a Tecnologia da Informação).
“Mas é mais do que trabalhar num cubículo. Elas devem pensam em como a computação pode revolucionar a medicina, ou criar moléculas sintéticas ou ainda ajudar no estudo do clima do planeta”, termina a pesquisadora.
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