A AMD e a Cyclos Semiconductor resolveram adaptar o sistema que recupera energia cinética em automóveis para os seus processadores. Se nos carros a tecnologia, popularmente conhecida como KERS, capta a energia dispendida a cada frenagem e armazena em uma bateria, nos futuros processadores Piledriver, uma tecnologia chamada de RCM (Resonant Clock Mesh) irá reaproveitar a energia dispendida a cada ciclo do processador. O que antes era calor dispendido no heatskin realimentará o processador sob demanda, elevando o clock e reduzindo consideravelmente o consumo de energia.
Embora os novos núcleos Piledrivers – voltados para desktops, entusiastas e portáteis – não cheguem antes do segundo semestre deste ano, testes da RCM em APUs Trinity levou os clocks das unidades a níveis altíssimos. Os processadores conseguiram bater 4 GHz de frequência apenas reaproveitando a energia que liberariam na forma de calor.
As estimativas são de que o RCM ajude a reduzir em valores que podem chegar a 30% o consumo de eletricidade, sem comprometer de maneira alguma o desempenho geral do processador. Pelo contrário, um sistema de capacitores e indutores, chamados de tank circuit, armazena energia que, de outra forma, seria dispendida pelo processador. Neste “tanque”, a eletricidade fica armazenada e sempre que ele atinge seu nível máximo, ela é liberada para acelerar o processador.
O que é mais interessante na RCM é a ideia de que, além de ajudar o processador a trabalhar mais rápido, ela permite que a assinatura energética dos cores seja drasticamente reduzida. É o sonho de qualquer novo projeto de Engenharia: aumento de eficiência e redução de consumo.
Caso a adoção da nova tecnologia confirme estes bons prognósticos, a nova geração de produtos pode colocar a AMD em pé de igualdade com a Intel na disputa pelo mercado móvel, onde o equilíbrio entre desempenho e consumo é muito mais sensível.
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